As avaliações internacionais mostram que as
melhores escolas do mundo estão instaladas na Finlândia. Um estudo
publicado recentemente no Brasil destacou que uma
das principais razões para o sucesso é que existem fortes investimentos
na formação de professores.
Os
cinco segredos, segundo a reportagem, são:
1) a exigência com os
professores é alta e a carreira, concorrida;
2) existe a mesma qualidade
de ensino para todos;
3) os piores alunos não são deixados para trás;
4) o currículo é variado e além das matérias básicas há aulas de
ecologia, ética, música, artes e economia doméstica;
5) os alunos devem
ter prazer em ficar na escola e os diretores e professores são
responsáveis por criar um ambiente agradável.
Muito se fala em torno da educação e do que é pretendido através dela. Psicólogos, filósofos, professores e educadores, pedagogos, terapeutas e tantos outros profissionais, que direta ou indiretamente estão ligados à educação, estudam, relatam, avaliam, analisam, observam, escrevem, argumentam... sobre as bases ideais para crescermos saudáveis de forma física e psicológica.
Em todo o mundo, a maioria das crianças e adultos passam por uma educação tradicional, na qual aprendem conteúdos enraizados por intermédio de um professor, são testados através de testes e trabalhos, e precisam constantemente de comprovar a sua capacidade para escalar etapas e chegar até a universidade.
Muitas vezes, este tipo de abordagem não traz à tona o melhor de cada
estudante. Cada vez mais, filósofos, educadores e psicólogos estão a
descobrir que as escolas tradicionais são ultrapassadas, matam a
criatividade e não suprem a demanda atual por indivíduos com
características empreendedoras e inovadoras.
No entanto, algumas das escolas mais incríveis do planeta estão
a começar a mudar o panorama académico mundial. Conheça onze delas:
1. Vittra
Nesta escola sueca, os alunos agem de forma independente nos seus laptops, em qualquer lugar que lhes seja confortável e conveniente. Com 30 instituições ao redor do país, o método elimina totalmente as salas de aula. Os alunos são livres para trabalhar no que quiserem, sendo que há opções de trabalhos em grupo e “móveis organicos conversacionais” que permitem que as crianças interajam umas com as outras.
A Vittra pensa que, ao quebrar as divisões de classe físicas, as
crianças podem ser ensinadas a viver com autoconfiança e comportamento
comunal responsável. De acordo com a diretora da escola, Jannie
Jeppesen, o projeto destina-se a permitir que a curiosidade e a
criatividade floresçam nas crianças. Eles não trabalham com notas.
2. Escola Primária José Urbina López
A Escola Primária José Urbina López fica ao lado de uma lixeira na fronteira do México com os EUA, atendendo moradores de Matamoros, cidade que luta uma extensa guerra contra as drogas. Era apenas mais uma escola que tinha estudantes desmotivados, até que o professor Sergio Correa Juárez resolveu introduzir um método de educação alternativa na sua turma. Ele adotou uma filosofia educacional emergente que se aplica a lógica da era digital para a sala de aula.
Mais ou menos como o método Vittra, ele achou que os alunos
deveriam ser livres para se focar nos assuntos que tivessem mais
vontade. Como o acesso a um mundo de informação infinita mudou a forma
como nos comunicamos, processamos informações e pensamos, Juárez
decidiu, baseado nas pesquisas que fez, que o conhecimento não deve ser
uma mercadoria entregue de professor para aluno, mas algo que emerge da
própria exploração movida a curiosidade dos alunos. Seus resultados
deram bons frutos: o método revelou habilidades extraordinárias na
pequena estudante de 12 anos Paloma Bueno, hoje no topo do ranking de
matemática e linguagem no México.
3. Escolas sem professores de Sugata Mitra
Para implementar a sua nova filosofia, Sergio Correa Juárez pesquisou diferentes métodos de educação alternativa, um deles o de Sugata Mitra. Em 1999, Mitra era cientista-chefe de uma empresa em Nova Deli, na Índia, que treinava desenvolvedores de software. O seu escritório ficava junto de uma favela e, um dia, ele decidiu colocar um computador numa parede que separava o seu edifício da favela. Para sua surpresa, sem ninguém intervir, as crianças rapidamente descobriram como utilizar a máquina. A partir disso, Mitra fez várias experiências que levaram muito conhecimento a diversas crianças, tão avançados quanto em biologia molecular, por exemplo.
O método de Mitra é mais um que consiste em deixar as crianças
aprenderem livremente, sem a presença de uma autoridade. A ideia é que
elas se auto-organizem e estejam no controle da sua aprendizagem. Nas
suas escolas não há professores, currículo ou separação por grupos
etários. No entanto, há um grupo de tutores que estão disponíveis via
Skype, que os alunos podem consultar se quiserem.
4. Método Montessori
Método Montessori é o nome que se dá ao conjunto de teorias, práticas e materiais didáticos idealizado inicialmente por Maria Montessori em 1907. O ponto mais importante do método é que a educação se desenvolva com base na evolução da criança, e não o contrário.
Montessori escreveu que o desenvolvimento se dá em “períodos
sensíveis”, de forma que em cada época da vida predominam certas
características e sensibilidades específicas. Sem deixar de considerar o
que há de individual em cada criança, o método traça perfis gerais de
comportamento e possibilidades de aprendizado para cada faixa etária,
com base em anos de observação. Os seis pilares educacionais de
Montessori são autoeducação, educação como ciência, educação cósmica,
ambiente preparado, adulto preparado e criança equilibrada.
5. Pedagogia Waldorf
O método Waldorf foi criado por Rudolf Steiner na cidade de Stuttgart, na Alemanha, para educar os filhos de Emil Molt, proprietário da empresa Waldorf-Astori. Hoje, existem várias escolas no mundo todo que utilizam essa pedagogia.
Em resumo, ela tem como objetivo desenvolver a personalidade das
crianças de forma equilibrada e integrada, estimulando a clareza de
raciocínio, o equilíbrio emocional e a iniciativa da ação. Steiner
desenvolveu um currículo que incentiva e encoraja a criatividade, nutre a
imaginação e conduz os alunos a um pensamento livre e autónomo.
Acredita-se que as crianças tenham em si os mecanismos da aprendizagem e os professores Waldorf estimulam esse entusiasmo que existe dentro de cada aluno.
Acredita-se que as crianças tenham em si os mecanismos da aprendizagem e os professores Waldorf estimulam esse entusiasmo que existe dentro de cada aluno.
Quando se entra numa escola Waldorf, a primeira coisa que se nota
é o cuidado e a dedicação com o edifício. As paredes são pintadas com
cores vibrantes e cheias de trabalhos artísticos feitos pelos alunos.
Evidencias sobre as atividades dos alunos estão espalhadas por todo lado
e cada mesa/carteira tem um livro criado individualmente por cada
aluno.
Os professores são extremamente entusiasmados e comprometidos com a pedagogia. Eles são verdadeiramente interessados em conhecer os alunos individualmente. A sua missão é fundamentada em como ajudar os seus alunos a encontrarem o significado das suas vidas.
Os professores são extremamente entusiasmados e comprometidos com a pedagogia. Eles são verdadeiramente interessados em conhecer os alunos individualmente. A sua missão é fundamentada em como ajudar os seus alunos a encontrarem o significado das suas vidas.
6. Escola de Summerhill
A escola baseia-se no pensamento do escocês Alexander Sutherland Neill: nela, as crianças fazem o que querem. Com 90 anos de idade, Summerhill é, provavelmente, a mais célebre das chamadas escolas democráticas: as aulas são opcionais e os alunos só as atendem se quiserem. Além disso, a gestão da instituição também é democrática; todas as decisões são coletivas.
Além de Summerhill, pelas contas da Rede Internacional de Educação
Democrática, há mais de 200 escolas com essa proposta em 28 países,
atendendo em torno de 40 mil alunos.
Outros exemplos famosos são a Sudbury Valley School, nos Estados Unidos, e a Escola da Ponte, em Portugal. A experiência lusitana influenciou o projeto pedagógico de instituições brasileiras, como a escola particular Escola Lumiar e as escolas públicas EMEF Desembargador Amorim Lima e EMEF Presidente Campos Salles, todas em São Paulo.
Outros exemplos famosos são a Sudbury Valley School, nos Estados Unidos, e a Escola da Ponte, em Portugal. A experiência lusitana influenciou o projeto pedagógico de instituições brasileiras, como a escola particular Escola Lumiar e as escolas públicas EMEF Desembargador Amorim Lima e EMEF Presidente Campos Salles, todas em São Paulo.
7. Abordagem Reggio Emilia
Esse método foi criado em 1945 por Loris Malaguzzi, um jovem professor que na época ensinava crianças da região italiana de Reggio Emilia. O sistema educacional tem uma estrutura com uma forte organização, um grande relacionamento com a comunidade e uma intensa participação dos pais.
No ponto central da abordagem, está a crença de que as crianças são
cheias de curiosidade e criatividade. Nas suas mentes, existem espaços
vazios à espera de serem preenchidos por factos, imagens ou datas. Por
isso, o currículo nas escolas é flexível e emerge das ideias,
pensamentos e observações das crianças. O seu objetivo principal é
cultivar uma paixão permanente pela aprendizagem e pela exploração.
8. The School of Life
Como podemos desenvolver o nosso potencial? O trabalho pode ser algo inspirador? Porque importa a comunidade? A The School of Life (em tradução livre, “A Escola da Vida”) trabalha exatamente questões como estas. Em vez de disciplinas, a instituição coloca em primeiro lugar o indivíduo e as questões que o afetam, como a pressão do tempo e a ideia da morte.
O método foi criado pelo filósofo e escritor suíço Alain de Botton em
2008 e já chegou ao Brasil, com cursos intensivos em São Paulo. A ideia
é ajudar os alunos a lidar com os dilemas do ser humano, passando por
filosofia, psicologia e artes visuais, e destilar grandes pensamentos de
todas as épocas para enriquecer o quotidiano dos estudantes.
9. Brockwood Park School
Brockwood é uma escola internacional inglesa que oferece uma educação holística personalizada para pouco mais de 70 alunos com idade entre 14 a 19 anos. Seus métodos são profundamente inspirados pelos ensinamentos de J. Krishnamurti, e incentivam a excelência académica, a autocompreensão, a criatividade e a integridade de um ambiente seguro e não competitivo.
A educação Brockwood não é exclusivamente académica. Na verdade, ela
integra a excelência académica da sua missão de ajudar os alunos a
aprender a arte de viver, e reúne aspectos da aprendizagem,
sensibilidade, abertura de espírito e autorreflexão que são muitas vezes
ignorados por escolas mais tradicionais.
10. Kaospilot
A escola dinamarquesa Kaospilot aposta no ensino colaborativo e baseado em projetos para formar seus alunos. A instituição é uma escola internacional de empreendedorismo, criatividade e inovação social fundada em 1991, que propõe uma formação de 3 anos onde os “alunos profissionais” são protagonistas do seu próprio aprendizado, e onde estudos de caso são completamente substituídos por projetos reais com clientes de verdade.
A formação tem três pilares: desenho e gestão de projetos criativos;
desenho e liderança de processos criativos; desenho e criação de novos
negócios. A cada ano, formam-se 35 novos “pilotos do caos”. Em 2009, o
primeiro brasileiro formou-se através desta escola, Henrique Vedana, sócio da CoCriar,
organização que ajuda grupos de pessoas (como empresas, ONGs e
institutos) a entenderem-se melhor por meio de conversas que valorizem a
habilidade de cada membro para a realização de um trabalho coletivo.
11. Pedagogia logosófica
A pedagogia logosófica proporciona uma educação voltada à formação mais consciente diante da vida e da sociedade. Com oito unidades educacionais no Brasil e cinco no exterior, a instituição se fundamenta na logosofia, doutrina criada há 80 anos pelo pensador e humanista argentino Carlos Bernardo González Pecotch.
A proposta surgiu como reação à rotina dos conhecimentos e sistemas
usados para a educação e a formação do ser humano. O objetivo do ensino é
estimular os alunos para que sejam pessoas cada vez melhores e mais
conscientes de seus atos, palavras e sentimentos. As escolas com
pedagogia logosófica não estimulam competição entre alunos, trabalham a
superação das dificuldades com motivação e respeitam as individualidades
e limitações de cada um.
Fontes: Hipe Science e ABT (Associação Brasileira de Tecnologia Educacional)