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domingo, 29 de abril de 2012

Ainda a questão das fraldas...

Claro que este assunto não ficaria apenas por as poucas linhas que escrevi aqui. Muito há para dizer sobre isto e algumas opiniões abrem lugar a discussão e por varias motivos, até diferem de país para país.
Importante é seguirmos alguns estudos que nos vão elucidando sobre esta área no desenvolvimento da criança mas acima de tudo o nosso instinto de mães e educadores deve ser fundamental para ajudarmos a criança neste "salto" tão grande da sua vida.

Provavelmente todas as mães sonham com o dia da libertação. Só que esse dia não chega ao mesmo tempo para todos. É que aprender a colocar a fralda é fácil, é quase como o instinto maternal, vem com a criança e até os pais mais desajeitados, ao fim de algumas tentativas mais ou menos bem sucedidas, acabam por pegar o jeito. Difícil é quando chega o momento de treinar a criança para deixar de usar fralda.


Um teste para pequenos e graúdos.

Antes de mais, os pais devem ter consciência de que não há uma idade certa para deixar de usar fralda e por isso não devem sentir qualquer tipo de preocupação se o filho da amiga ou da vizinha, que até é mais novo, já anda de rabinho ao léu ou já estreou as primeiras cuequinhas.


Nenhuma criança abandona as fraldas só porque o tempo está mais quente ou aos pais dá mais jeito. Este é um processo independente da vontade dos adultos e da chegada do Verão. Por isso, tenha calma e espere até o seu filho estar preparado para esta nova conquista.



Primeira coisa a saber: antes dos dois anos, nenhuma criança está preparada para deixar as fraldas. Claro que pode haver excepções, mas a maioria das crianças só consegue ter algum controlo sobre os esfíncteres e os intestinos a partir desta idade.

Segunda: tirar as fraldas não depende da vontade dos pais, mas sim da maturidade biológica e psicológica da criança. Tal como outras aquisições – andar ou falar, por exemplo – o mais importante é respeitar o ritmo de cada uma.

Terceira: o sinal mais evidente de que uma criança pode estar pronta para iniciar esta nova etapa de crescimento é manter a fralda seca durante algum tempo. O que quer dizer que já consegue reter o chichi.


Os três pontos acima reúnem consenso entre os especialistas na matéria: do norte-americano Berry Brazelton, o pediatra mais famoso do mundo, à britânica Miriam Stoppard, médica autora de vários best-sellers sobre cuidados infantis.



Tirar as fraldas, dizem ainda os entendidos no assunto, não tem de ser um momento de angústia e de stress entre pais e filho. «Os bebés a quem se deixa que atinjam o controlo dos esfíncteres ao seu ritmo próprio aprendem depressa a usar o bacio e têm poucos acidentes. As coisas só correm mal quando os pais interferem com o progresso estável do seu filho, impondo-lhe horários ou esperando dele demasiado em pouco tempo», afirma Miriam Stoppard.


O problema é que os pais, muitas vezes, estão cheios de pressa para tirar as fraldas ao filho. «É óbvio que os pais estão com pressa. As fraldas são caras. Mudá-las é muitas vezes desagradável e inconveniente», reconhece Brazelton, lembrando, contundo, que «para evitar a ansiedade da criança, ela precisa de saber que a decisão é dela e que pode fazer tudo ao seu próprio ritmo».

«Respeitar o ritmo de cada criança» é também o conselho do pediatra Luís Pinheiro, chefe de serviço no Hospital de Cascais. «Quando os pais notarem que a fralda fica seca durante algum tempo, podem começar a pôr a criança no bacio ou na sanita de vez em quando», recomenda, mostrando-se contra os presentes, como forma de encorajar a ida à casa de banho, e contra os castigos quando a criança tem algum descuido. «É preciso apoiá-la sempre. E quando consegue fazer chichi ou cocó na sanita, basta mostrar contentamento, bater palmas, fazer uma festa.»


O que não fazer

Precipitar a aprendizagem da criança pode implicar alguns erros. Erros que podem bloquear o processo e, a prazo, podem ter consequências mais graves, como a obstipação (prisão de ventre) ou enurese (incontinência). Assim, saiba que não deve obrigar a criança a ficar sentada no bacio. Se ao fim de alguns minutos, nada aconteceu, é porque a criança não tem vontade ou ainda não percebeu o que é esperado dela. Tenha paciência e tente mais tarde. Do mesmo modo, não deve fazer um drama em caso de acidente. Não aja como se fosse grave, mas sim com naturalidade e nos primeiros tempos não deite a "produção" da criança logo na sanita, à sua frente. Ao fazer no bacio, é como se fosse um presente, pelo que a criança não perceberá porque está a deitá-lo fora.


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