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quarta-feira, 1 de julho de 2015

Rede Internacional lamenta que menores possam assistir a espetáculos tauromáquicos

 

Rede Internacional lamenta que menores possam assistir a espetáculos tauromáquicos
fotografia de Tony Dias/Global Imagens
 
Rita Silva, presidente da ANIMAL, afirmou que "as crianças que estão sujeitas a assistir e a trabalhar nesta cultura estão expostas a um tipo de violência à qual não deveriam estar".


A Rede Internacional Anti-tauromaquia lamentou o facto de muitos menores ainda serem expostos à violência em espetáculos tauromáquicos e de ainda ser permitida por lei a assistência a crianças maiores de 12 anos.
Rita Silva, presidente da ANIMAL - associação que encabeça a Rede a nível nacional -, afirmou à Agência Lusa que a organização se "opõe veemente a todo o tipo de violência" e que "as crianças que estão sujeitas a assistir e a trabalhar nesta cultura [da tauromaquia] estão expostas a um tipo de violência à qual não deveriam estar".
 
A presidente lembrou que o Comité das Crianças da ONU aconselhou Portugal, em fevereiro do ano passado - a par, entretanto, da Colômbia e do México -, a criar legislação que restrinja a inclusão das crianças em touradas, quer como participantes, quer como espectadores, demonstrando que, a nível da saúde mental, "não se pode retirar nada de positivo".
 
A lei n.º 31/2015 - publicada em Diário da República a 23 de abril deste ano - estabeleceu o regime de acesso e exercício da atividade de artista tauromáquico e auxiliar de espetáculo tauromáquico, circunscrevendo-o a maiores de 16 anos, enquanto o decreto-lei n.º 23/2014 - publicado em Diário da República a 14 de fevereiro de 2014 - estabeleceu os 12 como idade mínima para assistência a espetáculos tauromáquicos.
 
A Rede Internacional Anti-tauromaquia apresentou ao Parlamento no dia 23 de junho e levando consigo o panorama dos vários países tauromáquicos e o rescaldo do a rede tem feito no sentido da abolição destes espetáculos, da proteção das crianças deste tipo de cultura e do afastamento dos dinheiros públicos desta atividade.
A apresentação aconteceu no âmbito de uma audição pública organizada pelo grupo parlamentar do Bloco de Esquerda e que decorreu na terça-feira, na Assembleia da República.
 
Esta iniciativa, marcada para as 14:00 no Centro de Atendimento ao Cidadão, pretendia discutir a proposta da rede em prol da "eliminição de qualquer apoio público, direto ou indireto, à tauromaquia e o incentivo às entidades privadas para que também não financiem esta atividade", segundo comunicado do Bloco de Esquerda.
No manifesto eleitoral divulgado, o grupo parlamentar afirmou, neste sentido, querer o "fim dos apoios públicos às touradas, com a criação de um programa de requalificação das praças de touros do país".
 
A Rede Internacional Anti-tauromaquia é composta por mais de 100 organizações de defesa dos direitos dos animais de vários países e apresentou em Portugal, no Parlamento, no dia 23, ao que se seguiu um colóquio na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), no dia 24.
 
Em Portugal, a organização destes eventos cabe à ANIMAL, que vai trazer a Lisboa "algumas das figuras mais relevantes do movimento anti-tauromaquia do mundo", contou a presidente da organização portuguesa.
A Rede, por sua vez, afirma-se como "um movimento pacifista global" que tem como objetivo último "a erradicação da prática da tauromaquia em todos os países onde ainda é legal".
 
Fonte:
DN Portugal por Lusa
22 de junho de 2015