Translate

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Prenda de Natal

Já vem um pouquinho depois da data... mais precisamente 1 mês :) mas não queria deixar de colocar as fotografias das prendas que foram feitas no Natal, para se oferecer aos pais.

Haviam duas opções: moldura (feita ao gosto de cada um e de diversos formatos) ou árvore de Natal. O embrulho foi feito em grande grupo e funcionou muito bem.

Árvores de cortiça

Moldura com papel crepe

Moldura com aparas

Embrulhos

Amamentação: um acto de amor




O que é essencial saber
Antes de qualquer coisa, conheça os pontos básicos da amamentação:
  • Quando o bebé pega bem na mama, a amamentação não deve doer.
  • O bebé tem que colocar quase toda a aréola dentro da boca para mamar.
  • Quanto mais o bebé extrair, mais leite a mãe vai produzir.
  • O tamanho do peito não tem nada a haver com a produção de leite.
  • Um peito que produz leite suficiente não fica, necessariamente, a pingar.
  • O leite só aparece três ou quatro dias depois do parto, é assim com todas as mulheres. O que vem antes é o colostro e é ótimo para o bebé, mas a quantidade é pequena.
  • É normal o bebé perder cerca de 10% do seu peso nos primeiros dias. Ele nasce com uma "reserva" e volta a ganhar peso à medida que o leite "sobe" e se vai habituando à amamentação.

Preparar-se para amamentar
O seu próprio corpo é o principal responsável pela preparação das mamas para a amamentação, portanto o mais importante mesmo é preparar seu espírito. Para isso, o melhor a fazer é informar-se o máximo possível sobre o assunto antes do bebé nascer.

Esteja preparada para as dificuldades, mas não precisa ficar apavorada. Use toda a ajuda possível enquanto estiver na maternidade, pois lá existem pessoas especializadas e que cuidam disso todos os dias. Faça perguntas e tire todas as dúvidas que passarem pela sua cabeça, se as suas dúvidas não forem esclarecidas, contacte associações ligadas ao apoio do aleitamento materno, onde existem Conselheiras em Aleitamento Materno (CAM).

Não dá para saber durante a gravidez se você vai ter muito leite ou não. O
tamanho do seio e o facto do peito já ter vazado ou não, não têm nada a haver com a produção de leite depois que o bebé nasce.

Informe-se também sobre situações especiais: quem
fez redução de mamas, quem pôs silicone ou quem tem mamilos planos ou invertidos certamente poderá ter dúvidas. 

É preciso comprar alguma coisa? 

Você não vai precisar de nenhum equipamento especial (dá para se organizar sem eles). Mas talvez valha a pena já ter em casa absorventes de amamentação, pomada de lanolina pura e conchas de silicone que deixam o mamilo "arejando", além de ajudar na formação do bico.

Sutiãs de amamentação também são práticos. Tenha pelo menos dois, porque eles precisam ser lavados com frequência (ficam com cheiro de azedo!).

A poltrona de amamentação também não é essencial. Você pode optar pelo sofá, pela cama ou por uma poltrona comum. O importante é estarem confortáveis.

Também não precisa pensar em comprar uma
bomba extratora de leite enquanto ainda estiver grávida. Espere para saber se terá necessidade e como vai fazer para continuar a dar de mamar quando voltar a trabalhar.
 
Como amamentar

Em primeiro lugar, saiba que não é preciso lavar nem limpar o peito antes de dar de mamar.

Cada mamada pode durar uns meros 5 minutos até 40. Tudo depende da criança. No início é mais demorado, mas com o tempo a criança pega.

Certifique-se que escolhe um local confortável antes de começar. O ambiente é muito importante, especialmente nos primeiros dias da amamentação, quando você ainda está a adaptar-se e a aperfeiçoar a técnica.

Se você é do tipo de pessoa que se distrai fácil, procure um lugar mais tranquilo para se sentar. Por outro lado, caso ache que vai ficar entediada na solidão, sente-se em frente à televisão. O ideal é ir testando diferentes locais da casa até achar um que resulte. Relaxamento é a palavra-chave aqui.

Segure o bebé de modo a que os seus braços e as suas costas não fiquem doridos. A indicação é "levar o bebé à mama", e não "levar a mama ao bebé".

Tenha travesseiros e almofadas (não precisam ser necessariamente especiais para amamentação) por perto. Encontre uma
boa posição para si e para o bebé antes de iniciar.

O segredo para a amamentação sem dor é uma boa pega. A pega correta requer que o bebé abocanhe o mamilo e uma boa parte da aréola. O ideal é que não dê para ver quase nada da parte mais escura da mama, fora da boca do bebé.

Se estiver a doer, interrompa a mamada colocando o dedo mindinho entre a gengiva da criança e o mamilo, para desfazer o vácuo, e comece de novo. Uma vez que a boca do bebé esteja bem encaixada, ele encarregar-se-à do resto. 

Possíveis problemas
Embora as mulheres, há séculos, dêem de mamar aos seus filhos, o início nem sempre é fácil. Nas primeiras seis semanas, à medida que a produção de leite se ajusta e o bebé aprende a mamar, você poderá apresentar:
  • Ingurgitamento: seios cheios demais ou duros
  • Mastite: inflamação ou infecção nas glândulas mamárias, com febre acima de 38,5 cº
  • Dor nas mamas

Como enfrentar as dificuldades

Algumas mulheres adaptam-se à amamentação com rapidez e sem enfrentar grandes dificuldades. Mas muitas mães de primeira viagem acham o processo complicado.

Por isso, se você estiver a sentir algum desanimo, lembre-se de que não é a única. Antes de desistir, converse com seu médico (se o mesmo for a favor da amamentação), procure as associações de apoio ao aleitamento materno ou fale com amigas ou colegas que estão amamentar ou já amamentaram.

O aleitamento requer prática. Tenha paciência e encare cada mam
ada como mais uma experiência para a sua aprendizagem. Experimente novas posições, pois às vezes o bebé dá-se melhor a pegar por outro ângulo. E lembre-se de que a maioria dos problemas relacionados à amamentação é temporária.

Procure ter paciência. Às vezes pode parecer mais reconfortante dar logo um biberão de leite adaptado e ver que o bebé está a alimentar-se. Não ceda à primeira, a essa possibilidade, mesmo que seja sugestão do médico pediatra ou da enfermeira. Insista tudo o que puder na amamentação. Se não der mesmo, aí você sempre terá a possibilidade de recorrer ao biberão.

De quanto em quanto tempo é preciso dar de mamar?
Nos primeiros dias, ofereça a mama ao bebé sempre que ele chorar, ou demonstrar que quer mamar (procura o peito, fazendo biquinho, "mamando" o braço ou a roupa). A produção de leite é estabelecida pelo estímulo da boquinha do bebé. Quanto mais ele extrair, mais leite você vai produzir.

Com o tempo, você vai saber quando
o bebé está bem alimentado.

A indicação é dar de mamar mais de 8 vezes durante as 24 horas do dia (ou seja, no mínimo de 3h em 3h). Os especialistas recomendam que, nos primeiros tempos, você não deixe o bebé dormir mais de três horas seguidas sem mamar.

Se o bebé não quiser acordar, você pode tirar a roupinha, mudar a fralda, e, em último caso, dar um banho. 

Amamentar faz assim tanta diferença?

Sim, amamentar faz MUITA diferença. O leite materno é o melhor alimento para o bebé. Esse é o consenso entre médicos (bem informados e conscientes das orientações da Organização Mundial de Saúde) e cientistas do mundo todo. É verdade que nem sempre a amamentação é fácil.

Com um pouco de paciência, determinação e bastante informação você, como tantas outras mães que podem enfrentar
dificuldades no início, tem todas as hipóteses de dar mama com sucesso, ao seu bebé.

Veja abaixo alguns bons motivos para fazer de tudo para dar o seu leite ao seu bebé:
  • O leite materno faz com que o bebé tenha menos risco de ficar doente no primeiro ano de vida. Ele terá menos hipóteses de ter doenças chatas e perigosas como gastroenterite, pneumonia, bronquiolite, infecção urinária e até dermatite.
  • Dar o peito faz bem para a mãe também. Além de gastar calorias, ajuda a protege-la contra alguns tipos de cancros, como o da mama e o do ovário. Também protege contra a osteoporose.
  • O leite materno é um alimento completo, que contém pelo menos 400 nutrientes, além de hormónios e substâncias que combatem doenças, e que não podem ser encontradas na fórmula artificial. Também vai-se adaptando às necessidades do bebé conforme ele cresce.
  • A amamentação ajuda a construir a relação entre você e seu filho. Ao amamentar, existe um contacto único do bebé com sua pele, o seu cheiro e o seu aconchego.
  • O leite materno é de graça e as fórmulas infantis pesam bastante no orçamento.


A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a amamentação exclusiva nos primeiros 6 meses de vida das crianças, e a manutenção do leite materno na alimentação até 2 anos de idade ou até mais.


Clique aqui para ter acesso ao 10 factos sobre amamentação, segundo a OMS.


terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Há métodos naturais de induzir o parto?



Para muitas mulheres, o final da gravidez, sobretudo quando se ultrapassam as 40 semanas de gestação, é um crescendo de ansiedade. A família toda pergunta: «Ainda não nasceu?». O médico quer marcar a indução do parto, se é que não marcou ainda, e o bebé não dá sinais de querer nascer. O que fazer?Em primeiro lugar, convém ter presente que apenas cinco por cento das mulheres dão à luz na data prevista. Algumas entram em trabalho de parto antes, mas a maioria dá à luz alguns dias depois desta data. Na verdade, a data prevista, apontada pelo médico no início da gravidez, não é mais do que uma referência. Uma gravidez só é considerada pós-termo depois de ultrapassadas as 42 semanas. Em muitos países europeus, só se faz indução por rotina às 42 semanas e não às 40 ou 41 como acontece em Portugal, na generalidade dos hospitais.
Como pode ler-se no «Guide to Effective Care in Pregnancy and Childbirth», "A indução do trabalho de parto antes de 41 semanas de gestação não está associada a qualquer vantagem além de uma pequena redução da presença de mecónio no líquido amniótico. A redução da morte perinatal associada à indução de trabalho de parto parece ser limitada a gestações a partir de 41 semanas de duração. Uma política de indução rotineira com 40-41 semanas em gestações normais não pode ser justificada à luz desses dados de estudos controlados, e é inaceitável para muitas mães."
Quem ultrapassa as 40 semanas de gestação, parece que fica, de repente, com um problema quando na verdade, é uma situação perfeitamente normal. Já ultrapassar as 41, conseguindo evitar uma indução, é uma verdadeira raridade no nosso país.
Se está nesta situação, sentindo-se pressionada pelas datas, pelos médicos, pela família, pode tentar alguns métodos naturais de estimulação do trabalho de parto. Estes métodos só irão funcionar se o colo do útero estiver maduro, ou seja, se o trabalho de parto estiver na realidade para breve. Caso contrário, não terão qualquer efeito, ou seja, também não têm contra-indicações, portanto não perde nada em tentar.

SEXO
 
A actividade sexual pode fazer desencadear o parto por duas vias. Por um lado, o esperma contém prostaglandinas (hormonas envolvidas no parto), que amolecem a cérvix e promovem o apagamento do colo do útero. Alguns dos medicamentos usados na indução do parto, no hospital, são precisamente prostaglandinas sintéticas. Não pense, contudo, que o esperma poderá trazer riscos antes do final da gravidez, desencadeando partos prematuros. Ele só poderá ter algum efeito se o colo do útero estiver já em processo de amadurecimento.
Por outro lado, o orgasmo feminino também pode ter o seu papel no desencadear do parto, pela grande libertação de ocitocina que provoca. Esta é outra das hormonas também envolvida no processo de parto fisiológico. E também, na sua forma artificial, na indução do parto no hospital.
A estimulação dos mamilos também conduz à produção de ocitocina e às contracções uterinas. Pode usar este método sozinha ou acompanhada, no contexto da actividade sexual ou não.

CAMINHAR

É um dos conselhos dados por todos os médicos na fase final da gravidez: «Ande muito» Estar em posição vertical e caminhar pode ajudar o bebé a descer mais um pouco. Mesmo com o trabalho de parto iniciado, convém caminhar, manter-se na vertical, podendo pôr-se de cócoras na altura das contrações.
Aproveite para dar grandes passeios. Se estiver cansada, descanse um pouco e depois recomece. Vá bebendo água e conversando com o seu bebé.

COMIDA PICANTE

É uma boa altura para ir a um restaurante indiano ou tailandês. Abuse do picante. Estes temperos são tradicionalmente conhecidos pelo seu poder de desencadear o parto. Acredita-se que a pimenta e outras substâncias picantes podem aumentar a produção de endorfinas (presentes quando o corpo está relaxado, dão bem-estar). Apesar de não haver estudos científicos a prová-lo, é um método inócuo, sobretudo se for fã deste tipo de pratos.

BANHO QUENTE
 
O efeito da água quente está estudado: promove o relaxamento dos músculos, a circulação sanguínea, a descontracção. Portanto, pode ajudar no desencadear do parto. Se estiver com contracções irregulares, as «falsas partidas», experimente um duche quente e demorado. Pode ser o suficiente para as contracções se tornarem mais fortes e regulares.

ACUPUNCTURA

Há certos pontos do organismo que quando pressionados desencadeiam contracções uterinas. Tal como pode ajudar no desenrolar do parto, a acupunctura pode ajudar a iniciar o processo. Mas só deve ser feita por um profissional experiente e credenciado. 


AS EMOÇÕES
 
Estar preparada emocionalmente para a chegada do bebé é um pressuposto essencial para que o parto se inicie. A enfermeira Lúcia Leite afirma que «a preparação para o parto se faz na cabeça e no coração». Por vezes, são bloqueios emocionais que estão a impedir o trabalho de parto. Converse com alguém da sua confiança. Abra-se e verá que tudo correrá bem. 


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Vamos todos ficar juntos


Quem se lembra?

Uma música de 1983, cantada tantas e tantas vezes, com um título tão simples mas tão forte.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Alargar temáticas

No cabeçalho deste blogue há a indicação que é um espaço destinado à primeira infância e tudo o que a envolve. 

Aqui as visitas são profissionais de educação e outros, pais e futuros pais ou apenas curiosos. Por isso mesmo irei dar também algum destaque e abordar temas somo gravidez, parto e pós-parto e tudo o que envolve a  vida do bebé nos primeiros meses de vida.

"Mãe e filho" - Sascalia
Vendo o lado dos educadores de infância... É muito importante que estejam bem informados sobre estas questões mesmo que não estejam num berçário ou numa creche. Várias vezes somos confrontados com questões dos pais, pedidos de opinião porque como somos formados em educação, supostamente deveremos saber tudo sobre crianças e bebés. Os nossos cursos não nos prepararam para esta outra vertente.
Além disso, é muito importante, na altura de entrevista ao encarregado de educação, sabermos sobre o tipo de gravidez, de parto, o pós parto para a mãe e para o bebé, como se alimentou nos primeiros meses. Muitas destas respostas podem ajudar-nos em questões práticas do dia a dia com a criança.

Vendo do lado de pais e futuros pais... Podem sempre colocar questões mesmo que não estejam relacionados com os textos que vão sendo apresentados.

Para concluir... Lembro que para além de Educadora de Infância, sou Conselheira em Aleitamento Materno (CAM), Voluntária do SOS Amamentação e Instrutora de Massagens para Bebés, por isso, sobre qualquer uma destas áreas poderão pedir esclarecimentos.


A todos os que me visitam...


Nem sei como agradecer a todos os que procuram a minha página, sobretudo nestes primeiros dias do ano. Do dia 1 de janeiro até hoje contaram-se mais de 2500 visualizações. OBRIGADA!!!!!!

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A evolução do Desenho Infantil


Os primeiros estudos sobre o desenho infantil começaram há cerce de 100 anos e seguindo o princípio de que os desenhos da criança evoluem, vários autores, tais como Lowenfeld e Brittain (1970), Stern(1968), Meridieu (1994), Ferreira (2003), Cox (2001), Sans (2001), entre outros, estudaram as características dessa evolução.
 
Segundo Lowenfeld e Brittain o desenho tem as seguintes fases:

GARATUJA DESORDENADA (1 A 2 ANOS):
Não tem consciência de que o risco é consequência de seu movimento com o lápis (RELAÇÃO TRAÇO-GESTO).
Não olha para o que faz. Segura o lápis de várias maneiras, com as duas mãos alternadamente. Todo o corpo acompanha o movimento. Faz figuras abertas (linhas verticais ou horizontais), num movimento de vaivém.

GARATUJA ORDENADA (A PARTIR DE 2 ANOS):
Descobre a relação gesto-traço e entusiasma-se muito. Passa a olhar para o que faz, começa a controlar o tamanho, a forma e a localização no papel. Varia as cores intencionalmente. Começa a fechar as suas figuras de formas circulares ou em espiral.

GARATUJA NOMEADA (A PARTIR DOS 3 ANOS):
Representa intencionalmente um objeto concreto , através de uma imagem gráfica.
Alguns movimentos circulares associados a verticais começam a dar forma a uma figura humana (esquema céfalo-caudal: a cabeça vai ser desenhada maior que o corpo). Começa a nomear suas garatujas indício de que o pensamento mudou de cinestésico para imaginativo (+ de 3 anos e meio), a criança começa a interagir os seus movimentos com o mundo à sua volta. Os desenhos não mudam muito, mas desenha com intenção e o tempo dedicado aumenta e são mais diferenciados, muitas vezes acompanhado de uma descrição verbal do que está a fazer que é comunicação verbal consigo própria, anunciando o que vai desenhar antes ou depois de o fazer. Um traço pode ser uma árvore ou a própria criança, são muitas vezes traços sem sentido para o adulto mas são muito reaisl para a criança, que deve ser encorajada. 
O uso da COR é mais exploratório e mais relacionado à distribuição física das cores do que com os problemas emocionais da criança, tende a empregar cores diferentes para distintos significados.
Atenção, é perigoso fazer interpretações de garatujas: cores, círculos e linhas devem ser olhados como tais e não como símbolos. Se a garatuja continuar até mais velho (+ de 4 anos) pode indicar um retrocesso momentâneo no seu desenvolvimento e que, principalmente, se sente inseguro de si mesmo. Se se mantém até aos 7 anos, podemos falar que essa criança não se encontra no nível normal de sua idade.

PRÉ-ESQUEMÁTICA (4 AOS 6 ANOS):
Nessa fase aparece a descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade. Quanto aos espaços, os desenhos são dispersos inicialmente, não relacionados entre si. A representação da figura humana evolui em complexidade e organização: aparecem lentamente os braços, as mãos, os pés, muitas vezes com vários dedos, radiados, e às vezes aparece o corpo.
A criança desta fase ainda não é capaz de organizar graficamente um todo coerente. Os objetos são desenhados de forma solta e a relação entre eles é subjetiva (posição satélite). Em relação a cor, a escolha é subjetiva e ligada as emoções do vivido.
A elaboração da figura humana está intimamente ligada à significação simbólica que as diversas partes do corpo têm para sua história pessoal, para a forma como a criança se percebe frente ao mundo. Assim, omissões, sombreamentos ou distorções podem representar conflitos internos. Enfim, é muito importante a criança ter oportunidade de se expressar seja através de desenho ou brincadeira. Desta forma, estará a vivenciar questões internas (muitas vezes conflituosas), ou seja, através do desenho e/ou brincadeira a criança exterioriza aquilo que ainda não consegue resolver. E cabe-nos a nós, professores/ pai/ educadores estarmos atentos as várias maneiras de expressões não-verbais (tão importantes quanto as convencionais), pois elas podem nos dar indícios do que a criança vive, experimenta ou sente. Portanto, fiquemos atentos!


Fonte: 
Avaliação Psicopedagógica da criança de 0 a 6 anos/
Vera Barros de Oliveira e Nádia A. Bossa (orgs.)




A garatuja, nome dado aos rabiscos infantis aos quais nos referimos, pode não fazer muito sentido, mas é uma maneira do seu filho se comunicar.
Os primeiros desenhos, por volta dos 2 anos, são traçados longitudinais, desprovidos de controle motor e sem sentido. Com 2-3, surgem os movimentos circulares. A partir dos 3-4 anos, eles fecham-se em formas independentes. Ganham significado, ou seja, a criança atribui-lhes nomes e conta histórias sobre o que retratou. Aos olhos dos pais, os rabiscos ficam mais reconhecíveis. Nessa fase, aparecem os primeiros indícios de figuras humanas. A evolução da garatuja é paralela ao desenvolvimento cognitivo da criança.
É por isso que a familiaridade com lápis é tão importante para a escrita. Há atividades que o ser humano desenvolve naturalmente, como, por exemplo, caminhar. Habilidades, como escrever, precisam de treino.

Estimular é importante 

Dia de Reis 2014 - II

Outra atividade muito gira que fizemos, a própósito do Dia dos Reis Magos...


Este trabalho focou três temas distintos e conseguiu ser desenvolvido de uma forma muito agradável para todo o grupo, havendo uma satisfação e participação durante a atividade.

Depois de se contar a história, onde se referiram os seus nomes, a sua intenção, as suas prendas, metemos mãos à obra.

Fomos fazer os Reis Magos. Cada um tinha a sua coroa, a cabeça, o corpo e a prenda. Montamos o corpo, colámos a coroa e a oferta de cada um, e desenhamos os elementos da cara e os membros superiores.

Aqui trabalhámos:
 - O corpo humano / motricidade fina
 - O número
 - As figuras geométricas

Estes foram os temas principais neste trabalho e iniciámos assim, o círculo e o triângulo. Apesar do grupo já contar muito bem até três (e mais), reforçamos a sua contagem através de elementos específicos para depois mais tarde mostrarmos e sua imagem (3). Em relação ao corpo humano, estão na fase da garatuja nomeada ou com nome* (clique para saber mais sobre a Evolução do Desenho Infantil) e aí incentivamos a sua continuidade e desenvolvimento, através da perceção do desenho dos olhos, boca e braços.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Dia de Reis 2014 - I

A coroa do A.S. nunca foi tirada, nem ao lanche

Como é da praxe, fizémos umas coroas para festejarmos o Dia dos Reis Magos. Também nós gostamos de ter este estatuto, nem que seja uma ou duas vezes no ano.



Outra atividade que tivemos foi a decoração do Bolo Rei em cartolina :) Não é um bolinho tão saboroso como o original mas os nossos trabalhos ficaram muito giros e fieis réplicas do tradicional.



quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O 25 mitos da pediatria

As orientações da pediatria moderna são conhecidas em Portugal e estão adotadas por muitos especialistas. Conheça os 25 mitos da pediatria
 
Conhecimentos inéditos sobre o desenvolvimento biológico estão a revolucionar os cuidados aos mais pequenos.


Música na gravidez Não é preciso nascer para ouvir. Hoje admite-se que o feto tem capacidades auditivas a partir das 12 semanas e guarda memória dos sons após o nascimento. Recomenda-se a audição de sons graves porque têm um efeito calmante e a música clássica está entre os estilos adequados. Os ritmos binários têm a vantagem acrescida de se assemelharem ao batimento do coração da mãe.

Uma curiosidade: a cadência com que as mães embalam é igual ao seu ritmo cardíaco e é por isso que o bebé adormece mais facilmente.

Aleitamento
 Evitar alimentos como laranjas, cebolas, leguminosas ou chocolates não diminui as cólicas no bebé. A alimentação da mulher deve ser variada desde a gestação porque está provado que o feto inicia o desenvolvimento das células sensíveis ao sabor às  14 semanas. Todos são unânimes sobre os benefícios da amamentação exclusiva até aos seis meses de vida do bebé e provou-se que estão erradas as teorias sobre a fraca qualidade do leite muito líquido ou que não escorre quando é deitado num copo. O aleitamento é prioritário e deve começar ainda na sala de partos.

Esterilização
Ferver ou esterilizar biberões e tetinas não é necessário se os pais lavarem frequentemente, e bem, as mãos. As doenças infeciosas são menos frequentes e em condições normais de habitabilidade e de higiene basta uma lavagem que elimine os resíduos.

Alimentos
É um erro excluir alimentos como peixe, gema de ovo, carne de porco e frutas nos primeiros tempos de vida. A seleção visava prevenir alergias, mas as organizações internacionais defendem que atrasar a diversificação alimentar, mesmo em alérgicos, não traz benefícios. Outro erro antigo: não se deve obrigar a comer nem negociar alimentos por alimentos - por exemplo, dar uma bolacha para compensar ter comido sopa - e os legumes e frutas devem estar sempre na mesa porque a sua presença influenciará a alimentação na vida adulta. No passado, os alimentos eram introduzidos com o aparecimento dos dentes e agora são recomendados aos quatro meses, quando não há amamentação. 

Suplementos alimentares
Vitaminas para quê? A sociedade moderna caracteriza-se pela abundância e uma dieta equilibrada é suficiente. A exceção, sobretudo no primeiro ano de vida, é a vitamina D, que gerações reforçaram com "colheradas" de óleo de fígado de bacalhau. A tradição tem sido recuperada sob outras formas: os ácidos gordos são decisivos na formação das membranas cerebrais e estão a ser redescobertos em óleos de peixes de profundidade.

Peso
Gordura não é formosura. Cada bebé tem o seu ritmo e as variações nem sempre são sinal de doença. Os pediatras afirmam que os pais modernos se preocupam em excesso com o crescimento e recomendam que pesagem e medição só sejam feitas nas  consultas de rotina.

Sono
Não tem fundamento o medo de que os bebés deitados de costas podem sufocar no caso de bolçarem. Em situações normais, o corpo humano está preparado para evitar estas situações. O medo levou muitos pais a deitarem os recém-nascidos de barriga para baixo, mas hoje é reprovável e perigoso. É  mandatório deitar os bebés de barriga para cima, pelo menos, até aos seis meses. Depois, é o próprio bebé que escolhe a posição mais confortável. O sono solitário foi estimulado por se acreditar que promovia a autonomia, mas não está provado.

Morte súbita
"Abafar" os bebés não é o perigo principal. A morte de crianças saudáveis por razões inexplicáveis continua a registar-se e estudos recentes têm evidenciado que é mais comum quando os pais são fumadores, em famílias monoparentais e quando o bebé é deitado de barriga para baixo. 

Choro
As lágrimas são mais do que fome ou fralda molhada. Descobriu-se que os bebés são muito sensíveis a estímulos e também precisam de aliviar a tensão. Ou seja, às vezes basta deixar chorar um bocadinho para perceber a mensagem.

Banho
Esperar pela digestão para dar banho é um mito. A água utilizada está morna e não existe choque térmico, responsável pela congestão. Além disso, o leite é de fácil digestão. O  banho deve ser um prazer e a regra é "água quanto baste e pouco produto de limpeza", sobretudo com glicerina, porque seca e irrita a pele em demasia.

Pele
Pó de talco fora da lista. A limpeza exagerada é inimiga da pele e um banho seguido de uma loção hidratante é suficiente. Na  zona da fralda é necessária parcimónia no uso de toalhetes, pois limpam a sujidade, mas também podem arrastar a camada superficial da pele. Quando a fralda só está molhada e não existe irritação não é necessário usar creme ou pastas sob risco de provocar uma sensibilização excessiva. E o pó de talco está fora de moda porque as partículas podem ser inaladas pelo bebé.

Fralda
O uso precoce do bacio está fora de questão. Os pediatras estão a recuperar a tradição de retirar a fralda só aos dois anos porque o controlo precoce do esfíncter pode, afinal, trazer problemas. 

Botas ortopédicas
Não vale a pena olhar para os pés antes dos dois anos. A ortopedia moderna respeita as regras de crescimento do pé e da marcha das crianças e qualquer  calçado que faça alguma contenção interfere com a evolução normal. É ponto assente que é o exercício e não o calçado ortopédico ou formativo que cumpre a missão fisiológica. Sempre que possível, as crianças devem andar descalças e usar sapatos que protejam apenas o tornozelo e o calcanhar.

Creche
A socialização, afinal, só começa aos três anos. Na sociedade atual mães e avós trabalham e os bebés vão para a creche cada vez mais cedo. Contudo, a maioria dos pediatras regressou ao passado para recomendar os cuidados dos avós até aos três anos. Argumentam que os ganhos de afeto compensam.

Febre
A temperatura não é doença. A maioria das crianças faz quatro dias de febre e não é preciso baixar a temperatura de imediato como querem os pais dos nossos dias. Os médicos alertam que a febre é muitas vezes é um mecanismo de defesa do organismo e que um sinal de serenidade é a criança continuar a brincar. 

Tosse
Adeus ao xarope. Tossir é uma forma do corpo para eliminar secreções e melhorar a respiração. Trata-se de um sintoma e não de uma doença e nos primeiros anos de vida não são recomendados inibidores.

Aerossóis
São os grandes terapeutas do século XXI. Ajudam a respirar melhor, contudo, os médicos têm dúvidas sobre o que os próximos avanços podem revelar sobre a sua utilização. 

Ginástica respiratória
Comum na década de 90 revelou-se desnecessária. Era usada para bronquiolites e hoje sabe-se que aumentam o cansaço e as dificuldades de respiração. 

Remédios caseiros
Vivem-se tempos de medicação excessiva. As precauções sobre o uso de remédios estão na ordem do dia e a regra é recuperar remédios caseiros como o xarope de cenoura e os preparados com mel. 

Vacinas
O calendário mudou. As crianças dos nossos dias são mais vacinadas - e dizem os pediatras, estão mais protegidas - e já não é preciso recomeçar do zero quando há atrasos muito grandes.

Flúor
As gotas outrora comuns foram trocadas pelos dentífricos. Atualmente é promovida a lavagem cada vez mais precoce dos dentes, aliás, logo que a  dentição aparece na vida do bebé

Brinquedos
Quantos mais, pior. As crianças precisam de estimular a imaginação e para isso não podem ter muitos brinquedos para poderem explorá-los ao máximo, dando-lhe várias utilizações. Os pais devem guardar os presentes, optando pela distribuição ao longo do ano. 

Animais
Os eternos amigos estão de volta. Após várias teorias sobre o risco acrescido de alergias, cães, gatos, pássaros e outros animais são desejáveis para o desenvolvimento da criança. 

Desporto
O cloro não faz alergia. A prática desportiva é defendida para o desenvolvimento psicomotor e a natação volta a liderar as preferências. A qualidade da água das piscinas melhorou e os bebés podem nadar a partir do sexto mês de vida. Só é preciso limpar o cloro com um banho abundante e dar bastante água para minimizar a sua presença no estômago. 

Regras
O ónus dos pais sobre a personalidade dos filhos está mitigado. Passou a ser admitido que há crianças difíceis que complicam a vida das famílias e que as regras são, por isso, indispensáveis. A negociação deve existir, mas sem rendição, em especial, dos pais.



Fundamentos
Teses de médicos portugueses
As orientações da pediatria moderna são conhecidas em Portugal e estão adotadas por muitos especialistas. O Expresso ouviu alguns pediatras com trabalhos publicados nesta área e com funções em hospitais públicos de referência. Entre eles, o chefe do Serviço de Pediatria do Hospital de Cascais, Luís Pinheiro; o presidente do Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos, Anselmo da Costa; o neonatologista do Hospital de Santa Maria, António Simões de Azevedo; o presidente da Sociedade Portuguesa de Pediatria, Luís Januário, e o diretor da Pediatria Médica do Hospital de Dona Estefânia, Gonçalo Cordeiro Ferreira.

Vera Lúcia Arreigoso
Texto publicado na edição do 
Expresso de 6 de dezembro de 2008