Tão simples como...
- deve saber que a amam, incondicionalmente e em todos os momentos;
- deve saber os seus direitos e que a sua família sempre a apoiará;
- deve saber rir, fazer caretas, brincar aos polícias e ladrões, ter
amigos imaginários, fazer comidas do tipo Frango com Bolo de Aniversário
ou Massinha com Chocolate e Alface e poder utilizar a sua imaginação
sempre que deseje;
- deve saber que não acontecerá nada se pintar
o céu de verde ou desenhar uma girafa de botas, um elefante de bigode
ou gatos de seis patas;
- deve saber que o mundo é mágico e que ela também;
- deve também saber que é fantástica, inteligente e criativa e que ninguém tem o direito de a fazer sentir o contrário;
- que o que mais contribui para um bom desempenho escolar, é que se
leia às crianças, desde pequenas, sem tecnologias modernas, nem creches
da moda, nem jogos e computadores... ou seja, que a mãe ou o pai (ou
preferencialmente, ambos) dediquem algum tempo, todos os dias, para se
sentarem e ler com ela bons livros e inventarem, em conjunto, histórias
divertidas e mirabolantes;
- que ser a criança mais inteligente
ou mais estudiosa da turma nunca significou ser a mais feliz. Nós
adultos, estamos tão obstinados em garantir aos nossos filhos todas as
“oportunidades” que enchemos as suas vidas com um excesso de actividades
tornando os seus dias, tantas e tantas vezes, tensos e cheios de
preocupações... muito semelhantes às nossas;
- que uma das
melhores coisas que podemos oferecer aos nossos filhos é uma infância
simples, despreocupada, feliz e especialmente divertida;
- que as
crianças merecem viver rodeadas de livros, de boas e positivas
experiências ao ar livre, de ter contacto com materiais artísticos e
poder explorá-los livremente. A maioria de nós poderia desfazer-se de
90% dos brinquedos dos nossos filhos e eles nem sentiriam falta;
- deve poder comer a fatia do meio das torradas de pão partidas em três;
- que não existem nada melhor para pais e filhos do que uma boa sessão
de “familioterapia” para nos retemperar energias e nos centrar realmente
naquilo que é verdadeiramente essencial;
- necessita de pais que
se sentem para mais do que a ouvir, a poder escutar sobre aquilo que
fez durante o dia, inclusive nos momentos em que não estava nas aulas;
- deve poder começar uma qualquer colecção (não interessa do quê) que nunca venha a terminar;
- deve poder passear, na companhia dos pais, nas noites de Primavera
sem que estes se importem que se ande a 150 metros por hora;
- tem o direito a ter um colo onde se possa sentar, enroscar como uma concha e receber muitos, muitos mimos;
- de poder perguntar “A avó é amiga da Nossa Senhora de Fátima? Se estão as duas no céu devem ser”;
- poder tomar banho sozinha e experimentar mergulhar na banheira contando o tempo que aguentam sem respirar;
- tem direito a não ficar sozinha a chorar;
- deve poder desarrumar uma caixa cheia de brinquedos para procurar um ursinho com 5 cm ou uma peça minúscula de um puzzle;
- tem direito a ajudar-nos a fazer o jantar mesmo que demoraremos o dobro do tempo e tenhamos o triplo do trabalho;
- tentar manter-se acordada até mais tarde, numa noite de Verão, para
tentar ver uma estrela cadente e, de seguida, pedir três desejos;
- tem o direito de saber que para nós as crianças são uma prioridade e que nos encanta verdadeiramente estar com elas.
Por Luís Fernandes, Pedro Strecht e Alicia Bayer
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