Nas minhas pesquisas sobre educação encontrei este texto. Achei-o interessante e pertinente pela sua base "Tudo começa pelo professor, quando este se interessa cotidianamente em
pesquisar e estudar. Professor que não estuda não tem como fazer o aluno
estudar. Esse é um dos pilares daquilo que entendo como docência."
Optei por transpôr na íntegra (texto em português do Brasil), sem fazer muitas considerações porque ele fala por si.
Escrito por um Educador que faz referência à importância de partilhar com os alunos novidades interessantes de forma a motivá-los e incutir-lhes esse espírito de pesquisa, procura, querer saber e estudo que se refletem também em auto estima e confiança.
A importância dada às novas tecnologias é uma constante e aqui poderão haver algumas opiniões divergentes mas a intenção está lá, a procura, a motivação, o trabalho de equipa (professor-aluno-professor), o respeito pelos alunos e pela profissão, a dedicação... Com estas qualidades é dificil não compreender o excelente trabalho deste professor. Parabéns.
Por Leandro Grass
"Na minha conversa com os alunos no início de todo ano letivo,
faço as seguintes perguntas: que coisas fizeram na escola, desde o
primeiro dia de aula na educação infantil até hoje, as quais poderiam
dizer que são seus autores? Com exceção dos desenhos de arte e das
redações nas aulas de língua portuguesa, o que foi produzido
exclusivamente por eles, sem ter copiado ou replicado de algum lugar? Ao
tentar responder, a grande maioria tem dificuldade em lembrar, pois, de
fato, o que mais fazemos em nossa vida escolar (e continuamos a fazer
na universidade) é copiar, resumir, sintetizar, memorizar e replicar.
Vivemos ainda em uma escola que pouco estimula a criatividade e a
autoria. É a escola do conteúdo por si só, dos exames e das aulas. A
escola que repete o conhecimento, mas que pouco promove sua ampliação.
Partindo dessa reflexão é que, desde o início de minha prática
docente há 10 anos, procuro maneiras de possibilitar aos estudantes uma
nova relação com o conhecimento. Atualmente, com o apoio das novas
tecnologias, tenho intensificado o desenvolvimento de estratégias
capazes de despertar o interesse dos estudantes pelo aprendizado. Tento
fazê-los entender a importância de não apenas reproduzir, mas de
produzir conhecimento. A realização de pesquisas instantâneas com
dispositivos móveis, o uso de aplicativos para determinadas atividades
de produção multimídia, a disponibilização de tarefas e materiais em
plataformas, e a apropriação de recursos digitais para estudo e pesquisa
foram algumas das minhas recentes iniciativas pedagógicas.
Nesse processo, a Blackboard tem sido muito útil, considerando
seu fácil acesso e ferramentas que possui. Além de manter todas as
possibilidades que antes tínhamos através do Moodle, são oferecidas
outras que servem de apoio aos professores que tem gosto pela inovação
em sala de aula. No primeiro contato com a plataforma, personalizei o
espaço da disciplina para ficar mais atrativo e compreensível aos
estudantes. Linkei meu blog, minha fan page, e criei espaços específicos
para cada uma das etapas de aprendizagem. Tenho disponibilizado
materiais de apoio para estudo como textos, vídeos e links, bem como as
tarefas e atividades que complementam o aprendizado da sala de aula.
Criei também um espaço de discussão e partilha sobre os temas estudados,
o que dá aos estudantes a oportunidade de interagir comigo e com os
colegas.
Não há dúvidas de que as novas tecnologias favorecem e muito o
aprendizado pela pesquisa. Mas a inovação não está em si na tecnologia. A
perspectiva do aluno como sujeito produtor do conhecimento não depende
de ferramenta a ou b. Há muitas formas de permitir que o estudante seja
protagonista da aprendizagem e não apenas passivo, ouvinte de aulas.
Tudo começa pelo professor, quando este se interessa cotidianamente em
pesquisar e estudar. Professor que não estuda não tem como fazer o aluno
estudar. Esse é um dos pilares daquilo que entendo como docência. Cada
dia tenho mais gosto e vontade de aprender e acredito que isso serve
também de estímulo para meus alunos, em especial quando compartilho com
eles as coisas que descubro, as novidades que recebo, textos que li e
achei interessantes, além das oportunidades que vão surgindo no ambiente
acadêmico, como palestras, encontros e projetos.
Ao longo dos últimos anos tenho intensificado as atividades de
pesquisa e produção com os estudantes. Em alguns projetos foi possível
que eles se apropriassem de conhecimentos sobre metodologia científica e
produzissem inclusive artigos. No ano passado, 2014, em parceria com os
colegas da disciplina de História, realizei um projeto que resultou em
mais de 50 artigos coletivos de alunos no 3º ano do ensino médio de
nossa escola, sendo alguns passíveis de publicação em decorrência de sua
boa qualidade. Nesse processo, os recursos digitais foram extremamente
úteis, tanto para a pesquisa e compartilhamento de materiais quanto para
a elaboração dos textos e apresentações. O retorno dos estudantes foi
muito positivo. Alguns que ingressaram recentemente no ensino superior
comentaram que já estão utilizando as técnicas de pesquisa que
aprenderam e, por isso, sentem-se mais preparados que seus colegas de
curso para lidar com os desafios da vida acadêmica.
As exigências da Educação no século 21 ressignificaram o uso
social do conhecimento. O conteúdo continua sendo importante, mas deixou
de ser o fim, passando a ser o meio para a apropriação de saberes e
habilidades necessárias aos desafios de nosso tempo. Acredito que
inovação não precisa ser algo complexo, pois depende de simples ações,
sustentadas por um descontentamento com aquilo que não se mostra mais
efetivo. Na perspectiva do aprendizado pela pesquisa, pretendo
continuar a explorar as novas tecnologias e consolidar minhas
estratégias pedagógicas, tornando a aprendizagem mais interessante aos
estudantes e as metodologias usadas em sala de aula mais flexíveis."
fonte: http://porvir.org/
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